terça-feira, 18 de setembro de 2007

A ética das coberturas de futebol

O futebol está entre as três maiores paixões dos homens. Não é para menos: é um esporte que causa muitos sentimentos e sensações. O gosto amargo da derrota passa quando se vence novamente. Mas o prazer da vitória acaba quando uma nova derrota vem. É assim que o jogo funciona.

Lidar com as múltiplas situações do mundo da bola é uma das tarefas dos jornalistas especializados. Um torcedor que um dia elogia um técnico no outro pode xingá-lo. Não é fácil conviver com a instabilidade natural da modalidade e dos amantes dela.

Já acompanhei muitas discussões efervescentes entre os participantes do programa No Vestiário, do qual sou produtor, que vai ao ar aos sábados na Rádio Gazeta AM. Os mais conservadores podem pensar que os jornalistas deveriam ser mais centrados. Mas como é possível debater futebol sem o tradicional clima de mesa de bar? Isso faz parte da cultura brasileira e não deve ser ignorado. No entanto, deve haver coerência, respeito e, principalmente, compromisso com a informação. Não se pode contrariar a natureza do esporte, mas um jornalista que cobre futebol tem de ter a mesma ética de um que cobre política ou economia. Discutir é uma coisa, passar informação errada é outra.

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